Nosso pequeno para sempre

Este vai ser o texto que mais me custou escrever. Porquê? Porque vou-te dar a ti e a quem ler, uma visão mais íntima de mim, mais precisamente, de mim antes de ti. Tu sabes que tive relações prévias que não deram certo, por mais que eu tentasse ou quisesse, elas simplesmente iam para o lado oposto daquilo que eu precisava para ser feliz, mas eu era persistente e continuava a tentar que as coisas que me magoavam fossem demolidas com os anos ou continuava a tentar que essas pessoas me fizessem sentir amadas de maneira fora do normal. Foi sempre isso que quis sabes? Um amor fora do normal e que me enchesse por dentro. Só que ele nunca vinha, e apesar de eu ser uma miúda na altura, pensava todos os dias que talvez não era suposto eu sentir amor da maneira que sentia, ou talvez não era suposto eu encontrar alguém que me fizesse sentir como se vivesse nas nuvens, ou talvez não era suposto eu ser feliz com alguém. Talvez era suposto eu aprender a ser feliz sozinha e ser daquelas tias que ...

Estou para te escrever este texto há uma semana. Há uma semana que ando a tentar meter as palavras certas por escrito. Sabes, isto é tudo tão mais fácil na minha cabeça e às vezes, meter por escrito é difícil porque as palavras não são o suficientes. A ideia de te escrever veio naquela noite em Fuerteventura que não conseguia dormir. O costume. Porque cada vez que não consigo dormir, tu és sempre o meu constante. Quando os barulhos me incomodam e me tormentam. Quando os pensamentos começam a crescer e a tomar conta de mim. Quando tudo parece errado comigo porque se tudo estivesse certo, então como é que traumas passados ainda me assombram? Especialmente nos sítios desconhecidos. E naquela noite, por mais que tentasse ignorar tudo isto, não conseguia. Maioria das vezes que isto acontece, sentir-te ao meu lado ou tocar na tua mão chega, mas naquele dia nada funcionava. Para me encostar a ti, tinha que virar as costas para a varanda, que era de onde soava o barulho enervante do...