Nosso pequeno para sempre

Há tanto que te quero dizer, a modo que percebas o quanto te amo hoje e sempre. Então aqui vai:  "Nunca pensei que fosse encontrar alguém que fosse resolver o puzzle de mil peças que sempre fui. Alguém que tivesse o cuidado de meter as peças no sítio ao invés de tentar moldar peças erradas juntas. É um alívio. Sentir-me completa."  (Escrevi isto o ano passado, dia 30 de Maio...sobre ti. Ainda hoje me sinto assim.) Obrigada por me deixares encostar a ti todas as noites, mesmo quando estás cheio de calor. Sinto-me segura ao teu lado, sempre senti, mas mesmo assim, tenho que agarrar a tua mão ou tocar-te de algum modo para ter a certeza que não foges de mim. És um sonho tornado realidade e acho que por mais parvo que seja, o meu maior medo é que isto tudo não passe de uma imaginação minha, que um dia acorde e que tudo o que tenha teu, sejam memórias de uma história que amo tanto.  Obrigada por seres rabugento de manhã ou quando estás gelado e não há abrigo. ...

Quando penso no teu olhar, vem-me à mente todas aquelas tardes e noites em que te  ajoelhavas à beira da minha cama e me pedias para ter calma e não chorar. "Não ligues. Sabes que gosto bué de ti, ne?" Era o que me dizias sempre. Admiro-te por isso. Eras capaz de me olhar nos olhos e me acalmar quando eu não queria admitir o que já sentia por ti, com toda a força de um tsunami. Ficavas com o olhar brilhante e dilatado quando me abraçavas fortemente. O teu olhar, sempre causou o tsunami que sou, a abrandar. Amo o teu olhar. Ontem. Hoje. Amanhã. Sempre.

Há quem pense que um coração leve é sempre daqueles que amam tudo e todos. Corações que perdoam.  Vejo nela todas essas qualidades mas vejo tudo menos um coração leve.  Vejo-a carregada de amor para dar a quem menos merece, de perdão a quem nunca pediu desculpa, de tudo o que não é, nem nunca foi leve.  Vejo-a sorridente com um coração cheio de tudo para dar e pouca retribuição. Vejo-a feliz. Sou a razão. Eu sei. Talvez o coração leve dela seja apenas um coração apaixonado por mim.

O melhor sentimento quando nos apaixonamos é de certeza as borboletas no  estômago. Aquele remexer dentro de nós. Coração quente e a bater velozmente. Mente fixa num só nome. É engraçado como alguém nos pode fazer sentir tanto em tão poucos segundos. O olhar dele basta para me remexer com o sistema. Para sentir borboletas a dançar no estômago como se de bailarinas se tratassem. O morder no lábio quando olha para mim. O sorriso que mostra quando digo que ele é a melhor coisa do mundo. O cabelo todo desajeitado quando saí do banho. A cara de concentração quando vê um filme. O olhar de arrependido que fez das poucas vezes que me magoou. Ele. Ele é a fonte das minhas borboletas bailarinas.

Nunca vi ninguém odiar baloiços.  Odiar o sentimento de liberdade.  Ela odeia-os, fica tonta e mal disposta.  No entanto, refugia-se neles. Senta-se com toda a sua serenidade. Agarra-os e baloiça. Cabelos ao vento. Olhos fechados. Coração  cheio. Esvazia o pensamento e apenas se concentra no  andar do baloiço. No vento na cara. De se sentir longe e liberta de tudo. "Odeio baloiços, enjoam-me." - é o que diz sempre. Se ao menos ela soubesse o quão linda fica com um ar sereno e feliz. Com um ar de se sentir completa.

A adrenalina de uma montanha russa é igual à adrenalina que sinto ao lado dele. Quanto mais tempo passo lá, quanto mais quedas e curvas tem, mais emoção sinto nesta montanha russa que somos nós os dois. Ele que me leva ao ponto mais alto e que me leva pela mão para atravessar os meus medos.  Cada subida, um sorriso. Cada curva, uma gargalhada.  Cada curva, uma aventura. Juntos (no nosso canto) atravessamos o mundo. Juntos atravessamos o meu medo de alturas. Juntos andamos numa montanha russa de obstáculos, medos, conquistas, guerras, amor...mas sobretudo, de felicidade partilhada por gargalhadas e cócegas sem fim.  És a minha dose de adrenalina. 

O sorriso dela. Tão simples e sereno.  Aquele sorriso que me faz continuar nos piores dias. Aquela serenidade que ela transmite numa curva tão simples que se atravessa a meio do seu rosto. É o acordar de manhã e ver o seu rosto. É vê-la a dançar no meio da cozinha quando pensa que está sozinha. É ouvir a sua voz enquanto ela canta no chuveiro aos berros. É vê-la quando sai do banho toda borrada na cara em modo panda. É sentir o seu toque a meio da noite quando quer que a abrace. É ouvir o seu "amo-te" sussurrado quando acha que estou a dormir. É ver a sua expressão quando digo que ela é linda logo de manhã, toda despenteada. É aquele sorriso atrevido que ela guarda só para mim. É vê-la frustrada comigo, quando a enervo. É ela. Ela é o meu reboliço de sorrisos. O meu reboliço de emoções.

Quando soube que vinha outra família de Portugal que precisava de mudar de rumo e viver na minha casa, meti as mãos à cabeça. Mais pessoas para eu conviver e ter que conhecer. Digamos que foi uma surpresa enorme, acabar por ganhar um amor enorme pela tua família, pela tua irmã.  Tinha tanto medo que ela não fosse gostar de mim, e pelos vistos, ela pensava o mesmo, mas cresceu entre nós uma amizade profunda que dou tanto valor.  Na altura, tinha namorado e achava que era para sempre. Quando me diziam que assim que viesses, eu o largava, ficava mesmo zangada. Agora olhando para trás, eles tinham total razão.  Quando chegaste, fiquei um bocadinho parva, eras muito mais bonito do que eu pensava e imaginava. Honestamente, queria tanto que fosses nada, nada atraente, mas oh well. Ainda hoje vocês gozam comigo porque quando te apresentaste a única coisa que foi capaz de dizer foi o meu nome, na voz mais baixa e aguda de sempre.  Conheci-te dia 12 de Março de 20...